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Papa Francisco condena ataques de Israel no Líbano: 'vão além da moralidade'

Pontífice afirmou que os países não podem 'exagerar' no uso de forças militares e que, mesmo na guerra, 'há uma moralidade a salvaguardar'

Por Da Redação
Ás

Papa Francisco condena ataques de Israel no Líbano: 'vão além da moralidade'

Foto: Reprodução/Vatican Media

O Papa Francisco criticou, neste domingo (29), os ataques aéreos israelenses no Líbano que já deixaram mais de mil mortos. Segundo o pontífice, as investidas militares na região vão "além da moralidade".

Questionado por jornalistas sobre o conflito, enquanto voava de Bruxelas para Roma, Franciso disse que os países não podem "exagerar" no uso de suas forças militares.

"A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominar. Mesmo na guerra, há uma moralidade a salvaguardar [...] a guerra é imoral. Mas as regras da guerra dão a ela alguma moralidade", refletiu. 

O papa já havia se manifestado a favor da liberação dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas e pedido um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Na semana passada, Francisco disse que os ataques aéreos israelenses no Líbano eram "inaceitáveis" e pediu à comunidade internacional que fizesse todo o possível para interromper os combates.

Em uma coletiva de imprensa em 28 de setembro, ele condenou as mortes de crianças palestinas em ataques israelenses em Gaza.

Ataques

Neste domingo (29), bombardeios israelenses deixaram mais de 40 mortos em cidades libanesas. O Ministério da Saúde do Líbano informou que 45 pessoas morreram e 76 ficaram feridas.

Na aldeia de Ain al-Delb, no sul do Líbano, o ministério informou que cerca de 24 pessoas morreram e outras 29 ficaram feridas. Pelo menos 21 pessoas morreram e outras 47 ficaram feridas na região de Baalbek-Hermel, no Vale Beqaa, no leste do Líbano.

No sábado, autoridades de Beirute confirmaram mais de mil mortos desde que Israel intensificou os ataques direcionados ao Líbano nas últimas semanas, com o objetivo de eliminar membros do alto escalão do grupo extremista Hezbollah.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram, em nota, que entre os mortos estão outro líder do Hezbollah, Nabil Kaouk. No último sábado (28), o país já havia anunciado a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, número 1 e principal rosto do Hezbollah, que comandava o grupo libanês desde 1992.

Segundo os militares israelenses, as forças aéreas de Israel atingiram uma série de alvos no Líbano neste domingo, "incluindo lançadores que estavam apontados para o território de Israel", depósitos de armas e uma "infraestrutura adicional".

O governo libanês afirmou neste domingo que o número de deslocados pelos ataques israelenses no Líbano pode ter passado de um milhão de pessoas. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 50 mil libaneses fugiram para a Síria, enquanto mais de 200 mil se deslocaram internamente, para escapar dos bombardeios.  

Entre os mortos, desde o início dos bombardeios, estão ainda dois brasileiros: o adolescente Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, natural de Foz do Iguaçu, morto no Vale do Bekaa, sul do Líbano, na segunda-feira (23); e Mirna Raef Nasser, de 16 anos, natural de Balneário Camboriú (SC), morta no mesmo dia.

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