Papa Francisco pede a proibição da prática da barriga de aluguel
Pontífice classifica o serviço como 'comercialização' do corpo humano
Foto: Vatican Media
O Papa Francisco pediu, nesta segunda-feira (8), à comunidade internacional que proíba a prática da barriga de aluguel com a justificativa que há "comercialização" do corpo humano. Durante sua audiência com membros do corpo diplomático da Santa Sé para o início do ano, o Pontífice afirmou que o caminho para a paz exige respeito pela vida, especialmente pela vida da criança que não nasce no ventre materno.
O líder argentino classificou a prática como "deplorável" e destacou que ela ofende gravemente a dignidade das mulheres e das crianças, além de se basear na exploração da situação de carência material das mães envolvidas. Nesse sentido, Francisco apelou à comunidade internacional para que se comprometa a proibir universalmente essa prática.
A barriga de aluguel, uma técnica de procriação medicamente assistida, é comum entre celebridades, incluindo Paris Hilton, Kim Kardashian, Kanye West, Lucy Liu, Cristiano Ronaldo, Elton John, David Furnish, Nicole Kidman, Keith Urban, Sarah Jessica Parker e Matthew Broderick, Priyanka Chopra e Nick Jonas.
Esta não é a primeira vez que o Papa falou sobre o assunto, em junho de 2022 ele a descreveu como "prática desumana". Apesar do posicionamento contrário, o Vaticano indicou em novembro passado que os filhos de casais do mesmo sexo, adotados ou nascidos de barriga de aluguel, poderiam ser batizados.
Apesar de poucos países no mundo autorizarem o procedimento, quando o fazem, geralmente é de forma 'altruísta', sem compensação financeira. No Brasil, a barriga de aluguel comercial é ilegal, mas a chamada 'barriga solidária', que não envolve pagamentos, é permitida sob certas regras do Conselho Federal de Medicina (CFM). Nos Estados Unidos, a prática comercial é autorizada em alguns estados, destacando as diferenças legislativas em nível internacional.