Papa Francisco tem carta de renúncia assinada há mais de dez anos, mas Vaticano evita falar sobre documento
Com a saúde fragilizada, especulações sobre futuro do pontífice à frente da Igreja Católica têm gerado debates

Foto: Divulgação/Vatican News
O papa Francisco assinou no primeiro ano do pontificado, em 2013, uma carta de renúncia para ser usada em caso de impedimento por motivos médicos. O documento foi entregue ao cardeal Tarcisio Bertone, então Secretário de Estado, e revelado em 2022.
Com a saúde fragilizada, especulações sobre seu futuro à frente da Igreja Católica e sobre a administração do Vaticano têm gerado debates na comunidade religiosa.
Internado desde 14 de fevereiro para tratar uma pneumonia, Francisco tem apresentado oscilações no estado de saúde desde que deu entrada no Hospital Gemelli, em Roma. Atualmente, o quadro é tido como "estável".
O próprio papa já contou que a carta de renúncia está pronta para ser utilizada em uma situação extraordinária, como a incapacidade de conduzir a Igreja. Oficialmente, o Vaticano não tem se manifestado sobre o que aconteceria se a saúde do pontífice piorasse a ponto de ele não conseguir tomar decisões conscientemente.
No entanto, os informes reiteram que ele está consciente e exercendo algumas funções de trabalho.
"Neste momento, o papa está tomando as decisões que pode tomar, que dependem dele. Mensagens, nomeações, textos que seriam discursos. Seus assessores trazem o rascunho, ele mexe no texto, aí sai", comentou à BBC News Brasil o vaticanista Filipe Domingues, professor na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e diretor do Lay Centre, também em Roma.