Para diminuir custos, bancos fecham quase 4 agências por dia em cidades pequenas
Comércio se ressente e moradores custam a mudar hábitos; nem mesmo o Pix ajuda a compensar as perdas

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A digitalização bancária, juntamente com a pandemia e o Pix - sistema de pagamentos criado pelo Banco Central - impulsionaram um movimento que já vinha sendo projetado e esperado: o fechamento de agências bancárias. Somente no ano passado, cerca de 1.017 agências físicas fecharam as portas ou quase quatro (3,85) por dia.
Um dos dados que corroboram para a decisão é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban): das 100 bilhões de operações bancárias, apenas 3% são realizadas em agências físicas.
A questão é que muitas das cidades que não possuem mais a presença física das instituições financeiras não conseguem manter o mesmo nível de dinamismo econômico com sistemas digitais de pagamento, transferência e saques. Há que se levar em conta que muitos desses municípios sofrem com baixa conexão à internet, dificultando o acesso aos meio digitais.
O mercado aponta o fechamento de agências físicas como necessário para reduzir os custos e implementar as contas sem tarifa, a fim de competir com bancos digitais, as fintechs.
Por sua vez, as fintechs registram um aumento cada vez maior de clientes à medida que as agências dos "bancões tradicionais" fecham.
Ao O GLOBO, o Banco Central e a Febraban afirmam não haver cidade no Brasil sem atendimento bancário. Eles citam os postos de atendimento, os correspondentes bancários, caixas eletrônicos, lotéricas e aplicativos.
Segundo dados do BC, o número de postos de atendimento e correspondentes bancários inclusive aumentou nos últimos anos.