Parkinson pode estar associado a bactéria aquática, diz estudo
Descobertas apontam relação de cepas da Desulfovibri com a doença

Foto: Reprodução/Pixabay
Um recente estudo publicado na revista científica Frontiers in Cellular and Infection Microbiology defende que determinadas cepas da Desulfovibrio (DSV), uma bactéria encontrada em ambientes aquáticos com altos níveis de material orgânico, podem estar envolvidos nos interruptores que causam a doença de Parkinson. A informação é do jornal O Globo.
Cientistas das universidades de Helsinque e do Leste da Finlândia, responsáveis pelo estudo, identificaram uma possível relação com a bactéria ainda em 2021, mostrando que não apenas o microrganismo era mais prevalente em pacientes com Parkinson, como também influenciava a gravidade do quadro a depender da sua concentração.
Para análise, os estudiosos fizeram experimentos com vermes para simular se o microrganismo provoca de fato o acúmulo de alfa-sinucleína, proteína que se acumula no cérebro de indivíduos com Parkinson. Embora seja um estudo pequeno, os resultados iniciais indicam que as cepas da bactéria Desulfovibrio podem ser um dos gatilhos para a formação das placas da proteína.
"Nossas descobertas são resgatadas, pois a causa da doença de Parkinson permanece desconhecida, apesar das tentativas de vítimas-la ao longo dos últimos dois séculos”, avalia o professor Per Saris, da Universidade de Helsinque, um dos autores do estudo, em comunicado.
“As descobertas indicam que cepas específicas da bactéria Desulfovibrio provavelmente causam a doença de Parkinson. A doença é causada principalmente por fatores ambientais, ou seja, a exposição ambiental às cepas bacterianas Desulfovibrio que causam a doença de Parkinson. Apenas uma pequena parcela, ou aproximadamente 10%, da doença de Parkinson é causada por genes individuais”, acrescenta.