Política

Parlamentares se adiantam para tentar evitar nomes na CPI da Covid

Acordos feitos até agora, indicam que o presidente será o senador Omar Aziz

Por Juliana Dias
Ás

Parlamentares se adiantam para tentar evitar nomes na CPI da Covid

Foto: Agência Senado

A CPI da pandemia ainda não foi instalada no Senado federal, mas parlamentares já se adiantam para tentar evitar que nomes contrários ao governo sejam escolhidos para  cargos importantes, como o da relatoria. Os acordos feitos até agora, indicam que o presidente será o senador Omar Aziz (PSD-AM) - que ainda será eleito, possivelmente na quinta (22) - e que ele indicará Renan Calheiros (MDB-AL) para desenvolver o documento final com as conclusões das investigações, ou seja, no cargo de relator.

A bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) informou pelas redes sociais que ingressou nesta segunda com ação na Justiça Federal para barrar Renan Calheiros no cargo. A deputada federal escreveu que "a presença de alguém com 43 processos e 6 inquéritos no STF evidentemente fere o princípio da moralidade administrativa". Parlamentares contrários à indicação de Renan Calheiros, também têm destacado que o senador é pai de Renan Filho, governador de Alagoas. E os estados e municípios também serão alvo, na análise de repasses feitos pelo governo federal para o combate ao vírus. Além de Renan, outro senador, Jader Barbalho (MDB-Á) é pai do governador do Pará, Helder Barbalho. Mas Jader é membro suplente da CPI.

Além da ação na Justiça, Renan também foi alvo de mobilização virtual com a hashtag #RenanSuspeito, que ficou entre as mais comentadas desta segunda. Com diversos ataques, o senador avisou que até sexta (23) vai se dedicar a estudar temas da CPI e fazer uma "profilaxia digital". Segundo ele, para evitar a infecção do radicalismo, o contágio dos extremistas e o negaciovírus, ele fará um isolamento sanitário, podendo voltar a qualquer momento se houver necessidade.

A primeira reunião da CPI deve ser realizada nesta quinta e além da escolha do presidente e relator, ainda deve ser discutido o plano de trabalho. Nesta segunda, um dos integrantes, Alessandro Vieira, que é membro suplente, divulgou um roteiro, com quatro focos de investigação. O primeiro deles trata de medidas para diminuir os efeitos da pandemia, tanto na área da saúde como na economia. Aí estão incluídas a vacinação e o auxílio emergencial, por exemplo. O segundo é sobre o colapso em Manaus, a falta de oxigênio e como foram empregadas as verbas públicas. O terceiro engloba os remédios que foram comprados e os que têm faltado para o tratamento das infecções, bem como o incentivo do uso do kit-covid, sem comprovação de eficácia. Por fim, o foco específico nos repasses feitos a estados e municípios e nos contratos firmados pelo ministério da Saúde.

Entre os membros da CPI, dois senadores são da Bahia: Otto Alencar e Angelo Coronel, ambos do PSD. Otto é membro titular e Angelo suplente.

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