Parlamentares votam nesta quarta (18), relatório que solicita indiciamento de Bolsonaro por quatro crimes
Além do ex-presidente, a relatora da CPI do 8 de Janeiro também aponta a participação de 31 militares nos atos

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Nesta quarta-feira (18), os parlamentares da CPMI do 8 de Janeiro votam o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que solicita o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 60 pessoas. O relatório acusa Bolsonaro de quatro crimes: associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado, todos cometidos intencionalmente.
Porém, a oposição elaborou um documento alternativo que absolve o ex-presidente e responsabiliza membros do governo Lula por omissão. Esse documento será votado apenas se o relatório de Eliziane for rejeitado, o que é improvável devido à maioria governista no colegiado.
Confirmada a aprovação, o documento é encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que decide se aceita os pedidos de indiciamento.
Uma CPI não tem o poder de indiciar investigados, mas pode recomendar ao Ministério Público que uma pessoa seja responsabilizada criminal ou civilmente. De acordo com a relatora, Bolsonaro minou a credibilidade do sistema eleitoral e contribuiu para o aumento da violência entre os brasileiros durante a campanha presidencial.
Ainda de acordo com Eliziane, os ataques às sedes dos Três Poderes foram baseados em "métodos". "A proposta não era apenas ocupar, mas depredar", apontou. Segundo a senadora, o "objetivo era provocar o caos, desestabilização política e até mesmo uma guerra civil".
Além do ex-presidente, a relatora identificou a participação de 31 militares em atividades extremistas. Entre as personalidades de alto escalão das Forças Armadas estão os generais Braga Netto e Augusto Heleno, o tenente-coronel Mauro Cid, bem como ex-comandantes das Forças Armadas, como Almir Garnier da Marinha e Marco Antônio Freire Gomes do Exército.