Política

Partido de extrema direita lidera as eleições na França

Taxa é maior do que a dos rivais esquerdistas numa coalizão que inclui a extrema esquerda e centristas

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Partido de extrema direita lidera as eleições na França

Foto: Caroline Blumberg/EPA/Lusa/Direitos Reservados

O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu na frente no primeiro turno das eleições parlamentares francesas neste domingo (30), as pesquisas estimam o RN com cerca de 34% dos votos, segundo levantamentos diferentes feitos por Ipsos, Ifop, OpinionWay e Elabe.

Mostraram as pesquisas de boca de urna, mas o resultado final imprevisível dependerá de dias de negociação antes do segundo turno da próxima semana.

A taxa é maior do que a dos rivais esquerdistas — numa coalizão que inclui a extrema esquerda — e centristas, com a aliança Juntos do presidente Emmanuel Macron, cujo bloco deve ficar com 20,5% a 23% dos votos. A Nova Frente Popular, uma coligação de esquerda montada às pressas, deveria obter cerca de 29% dos votos, mostraram as sondagens.

Os resultados da votação com grande participação, que estavam em linha com as sondagens antes das eleições, forneceram pouca clareza sobre se o RN anti-imigrante e eurocético será capaz de formar um governo ao lado do pró-UE Macron.

Falta agora uma semana de negociação política antes do segundo turno de 7 de julho. O resultado final dependerá de como os partidos decidirem unir forças em cada um dos 577 círculos eleitorais de França para a segunda volta. No passado, os partidos de centro-direita e centro-esquerda de França uniram-se para impedir que o RN tomasse o poder, mas essa dinâmica, chamada de “frente republicana” na França, é menos certa do que nunca.

Este mês, a decisão do presidente francês de convocar eleições antecipadas mergulhou o seu país na incerteza política, enviou ondas de choque por toda a Europa e provocou uma venda de ativos franceses nos mercados financeiros.

Pária de longa data, o RN está agora mais perto do poder do que nunca. Le Pen procurou desintoxicar um partido conhecido pelo racismo e pelo antissemitismo, uma tática que funcionou num contexto de raiva dos eleitores contra Macron, do elevado custo de vida e das crescentes preocupações com a imigração.

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