Paulo Pimenta declara que ato terrorista foi “alimentado” pelos apoiadores de Bolsonaro
Ministro da Secom, ainda recusou a teoria de que o responsável por explosões em Brasília queria se suicidar
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, falou que as explosões na Praça dos Três Poderes não foi uma única ação, e declarou que o terrorista que amedrontou Brasília na noite de quarta-feira (13) foi influenciando por discurso de ódio feito por bolsonaristas nos últimos tempos.
“Eu não acho que a gente deve tratar como um caso isolado”, expressou Pimenta em um vídeo postado no X. “Tem um ditado popular que fala que quem planta vento colhe tempestade. O Brasil tem sido alimentado por um discurso de ódio, de intolerância, contra a democracia e as instituições. O episódio da Carla Zambelli, o ataque do Roberto Jefferson no dia da eleição, o ato que aconteceu em Brasília no dia da diplomação, 12 de dezembro, a tentativa de explosão do aeroporto, o 8 de janeiro, com todas as suas conexões criminosas”, acrescentou.
Apesar das investigações sobre o caso ainda estarem em andamento, o ministro da Secom diz não acreditar que Francisco Wanderley Luiz queria tirar a própria vida durante o atentado.
“Analisando os vídeos e o contexto todo, eu não encontro elementos para justificar qualquer tese de suicídio. Na minha opinião está muito claro que ele tinha um método e tinha um objetivo. Tentou invadir o Supremo Tribunal Federal, tinha material explosivo no carro, no trailer e na casa. Ninguém aluga uma casa pelo Airbnb para vir se suicidar”, proferiu Pimenta.
As afirmações do ministro da Secom vão ao encontro com a principal argumento da Polícia Federal, que comunicou que a ação não foi um fato isolado e se relaciona a outros casos de extremismo no Brasil, como os atos golpistas do 8 de janeiro.
Pela manhã, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, disse que a meta do homem bomba de Santa Catarina, que já concorreu às eleições de 2020 pelo Partido Liberal (PL), era matar os ministros do STF. O alvo principal de Francisco Wanderley seria Alexandre de Moraes.