Brasil

Peixe-leão traz riscos para o litoral brasileiro

Espécie compete com outros peixes nativos carnívoros e pode causar prejuízos ambientais e socioeconômicos

Por Da Redação
Ás

Peixe-leão traz riscos para o litoral brasileiro

Foto: YOUSEF ALHAQAN por Pixabay

Uma espécie de peixe-leão natural da Ásia, normalmente cultivada como peixe ornamental, está trazendo riscos para o litoral brasileiro. Invasora e venenosa, a espécie alcançou o Oceano Atlântico a partir do Caribe e, por não haver predadores naturais do Oceano Índico, ele está se expandindo pelo Atlântico. Já existem dezenas de registros da espécie em Fernando de Noronha, por exemplo.

O peixe-leão foi registrado pela primeira vez no Maranhão, em maio deste ano, durante expedição voltada para estudos de uma espécie ameaçada de extinção. Foram encontrados mais três exemplares, com meio metro de comprimento. Pela primeira vez, a espécie foi registrada a cerca de 70 metros de profundidade. 

O Observatório Costeiro e Marinho do Ceará informou que discutiu, também em maio, o crescimento da espécie e repassou medidas preventivas para secretarias municipais do estado. Por lá, já foram registrados mais de 40 animais, com tamanhos entre 14 e 15 cm, todos jovens e encontrados em locais rasos, como armadilhas fixadas no solo para pesca e recifes naturais.

Até o momento, não há uma estimativa  da população do peixe-leão em águas marinhas brasileiras, mas os novos registros comprovam a expansão territorial da espécie, de acordo com Leonardo Messias, coordenador do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo Messias, as experiências registradas no Caribe para contenção da espécie têm sido apenas a pesca do animal.

O peixe-leão possui 18 espinhos venenosos. A toxina não é letal, mas pode causar dor intensa, náuseas e inchaço no local. Segundo pesquisadores do Observatório Costeiro e Marinho do Ceará, o peixe-leão não representa, até agora, perigo para banhistas. 70% dos acidentes registrados no Caribe estavam relacionados à pesca.  

Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará, ela compete com outros peixes nativos carnívoros e pode causar prejuízos ambientais e socioeconômicos. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário