Pelo 14º ano, Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis, aponta Antra
Segundo levantamento, mais de 90% das vítimas eram mulheres trans e travestis negras empobrecidas
Foto: Reprodução/Mídia Ninja
Um relatório divulgado nesta quinta-feira (26) pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) apontou que o Brasil, pela 14ª vez, é o país com mais mortes de pessoas trans e travestis no mundo.
Segundo o relatório, em 2022, 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no país, o número faz parte do "Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais brasileiras", da associação. O Brasil superou países como México e Estados Unidos que aparecem na segunda e terceira colocação respectivamente.
O documento entregue nesta quinta-feira (26) ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, aponta que mulheres trans e travestis têm 388 vezes mais chance de serem mortas em relação aos homens trans e às pessoas não-binárias. Das 131 mortes registradas no ano passado, 130 referem-se a mulheres trans e travestis, somente uma refere-se a homem trans.
A pessoa mais jovem assassinada tinha 15 anos. Quase 90% das vítimas estavam na faixa etária de 15 a 40 anos e 76% eram negras. Em comparação com o ano de 2021, o número de mortes teve uma leve queda, no período correspondente o registro de assassinatos foi de 140. Apesar de diminuição, segundo a Antra, não há o que comemorar, já que há muita subnotificação dos casos.