Perdi documentos e estou na praia. Posso ir à delegacia de shorts e camiseta?

Às vezes somos pegos de surpresa por situações que nos causam embaraço. Uma delas é quando precisamos dos serviços da Polícia Civil (PC) e por razões diversas não conseguimos êxito. O Farol da Bahia vai esclarecer alguns pontos importantes e destacar um leitor que viveu uma situação desconfortável e não recebeu o tratamento devido ao adentrar à delegacia.

Tiago, professor de educação física, fez uma denúncia ao portal Farol da Bahia afirmando que viveu uma situação desagradável, mas cotidiana na vida de muitos. Ele perdeu todos os documentos e, por esta razão, teve a necessidade de ir até uma Delegacia com o objetivo de registar o Boletim de Ocorrência (B.O) e, desta forma, poder tomar as providências de fazer novos originais. 

Ele havia ido a um campo futebol jogar bola e notou que perdera a carteira e por isso dirigiu-se, utilizando a sua moto, a uma unidade da Polícia Civil para registrar o fato. Segundo Tiago, que estava vestido de short e camiseta, o funcionário não o atendeu e disse que os trajes não eram adequados e para seguir os procedimentos. A pessoa ainda informou que, quanto à Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o jovem deveria ir até uma unidade do Detran e preencher um documento. Em seguida, Tiago tentou realizar o mesmo procedimento, registrar a perda dos documentos, em uma outra delegacia, agora já na companhia da sua namorada. Sem sucesso mais uma vez.

A funcionária alegou que a moça não estava com trajes adequados (ela usava um macacão). Após sucessivos insucessos, ele resolveu registar a ocorrência na modalidade online e só assim conseguiu. Vale ressaltar que ele tentou fazer o primeiro registro por volta das 14h e efetivamente só conseguiu o B.O por volta das 19h. 

Em conversa com a assessoria da Polícia Civil, questionamos como são os procedimentos caso alguém tenha todos os documentos e o veículo furtados e esteja em trajes de banho. E se por alguma razão o atendimento for negado, o que devemos fazer. “A vítima deverá ser atendida mesmo em trajes de banho, principalmente próximo da praia. Caso seja negado o atendimento, o cidadão deverá entrar em contato com a ouvidoria da Polícia Civil, pontuou. 

O Farol da Bahia também arguiu a polícia sobre em quais situações o cidadão pode registrar a ocorrência online e em quais é necessário ir pessoalmente à delegacia. “Na Delegacia Digital podem ser registrados: furtos de documentos e objetos, perda e extravio de documentos e objetos. Demais ocorrências devem ser registradas em Delegacias Territoriais ou Especializadas, explicou a assessoria. 

Já em uma situação de o indivíduo sofrer uma lesão grave como golpe de arma branca ou de disparo de arma de fogo, questionamos o tempo que a família precisa registrar a ocorrência e qual o tempo a Polícia tem para dá uma resposta do caso e os procedimentos padrões nestes casos. “Assim que tomar conhecimento do fato, os familiares devem procurar a polícia. O tempo de resposta depende dos desdobramentos das investigações.

O inquérito policial tem previsão legal de 30 dias, podendo ser prorrogado e perdurar enquanto for necessária a busca de elementos comprobatórios. Os procedimentos padrões realizados são: levantamentos iniciais em locais de crime, expedição de guias para exames periciais, instauração de inquérito policial e execução da investigação”, salientou. 

Por fim, pedimos um esclarecimento sobre o papel da Polícia Civil perante o cidadão brasileiro e o que é preciso melhorar para que as ocorrências possam ser resolvidas com maior celeridade. “O principal papel da Polícia Civil é de polícia investigativa dos fatos criminosos. Mais aporte efetivo e tecnologia avançada na área de inteligência”, concluiu.