Perito é investigado por se recusar a remover cadáver na Bahia: 'injusto'
À época, os policiais civis da região sul estavam sobrecarregados, auxiliares de necropsia e transporte com atividades paralisadas

Foto: Divulgação
Há um ano e dois meses, o perito técnico Diego Messias, de 42 anos, se recusou a remover um cadáver de uma cena de crime em Ubaitaba, no sul da Bahia. Neste mês, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da Bahia a instauração de um procedimento administrativo para investigar a conduta do servidor.
Em agosto do ano passado, os policiais civis da região sul estavam sobrecarregados, auxiliares terceirizados de necropsia e transporte com atividades paralisadas em protesto aos atrasos salariais. Então, o perito que estava a caminho de uma ocorrência, foi orientado a remover um cadáver em Ubaitaba.
O pedido partiu da coordenação da Coordenadoria Regional de Polícia Técnica (CRPT) de Ilhéus. Diego, que é secretário de formação sindical do Sindicato de Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) e professor universitário, disse que negou o pedido pois, além de não ser função dele, ele estaria "furando" o movimento dos funcionários de paralisação das atividades.
O coordenador da unidade disse, na ocasião, que tomaria as medidas cabíveis contra a recusa do servidor enquanto a equipe de Itabuna foi realizar o serviço em Ubaitaba. A sanção só veio mais de um ano depois, em formato de instauração de processo administrativo disciplinar (PAD). O titular da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, assinou a publicação realizada no Diário Oficial no dia 3 de outubro.
Para Diego Messias, o processo de investigação coloca em risco a categoria. Ele diz que essa forma "grotesca, colocando toda classe em risco, no sentido de me punir por eu ter me negado a fazer algo que não é minha função, é injustiça". Ele também questiona a demora para instauração do procedimento administrativo, que acontece antes de uma promoção extraordinária para a categoria prevista para os próximos, de acordo com o sindicato que representa a categoria.