Pesquisa aponta que crianças de famílias pobres tem menos acesso a vacinação
A maioria das crianças não vacinadas vivem em áreas rurais, favelas ou regiões de conflito

Foto: Reprodução / Instituto Butantan
Os dados do relatório Situação Mundial da Infância 2023 da Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), apontou que uma em cada cinco crianças de famílias pobres não receberam nenhuma dose da vacina tríplice bacteriana, indicada para prevenir o tétano, a coqueluche e a difteria. Quando comparado as crianças de famílias ricas, a proporção aumenta para uma em cada 20.
O estudo também apontou que a maioria dos menores que não foram vacinados vivem em áreas rurais remotas e regiões de conflito, onde os serviços de saúde são mais escassos e as famílias moram em regiões distantes das unidades de saúde. O mesmo acontece com crianças que moram nas favelas urbanas, onde o sistema de saúde muitas vezes não possuem os equipamentos e a acessibilidade necessária.
Os dados apontaram ainda uma terceira questão que leva a esse resultado: os pais e os cuidadores muitas vezes não conseguem se ausentar do trabalho ou arcar com os custos de transporte para chegar até uma unidade de saúde. Outras barreiras aparecem com a escassez de profissionais de saúde, falta de eletricidade, água e saneamento básico, que são serviços essenciais para o funcionamento de uma unidade.
De acordo com o Instituto Butantan, atualmente mais de 18 milhões de crianças brasileiras com até 5 anos vivem em perspectivas de saúde bem diferentes quando comparado a 30 anos atrás. É possível ver essa transformação com a taxa de mortalidade na infância em crianças de até 5 anos, que diminuiu de 50 para 13 óbitos a cada mil nascidos vivos entre 1990 e 2020.
Os dados da pesquisa também apontaram que quando uma criança é vacinada, impacta todo o ambiente familiar por trazer melhorias para a comunidade em que ela está inserida, assim como para o sistema de saúde e a economia de um país.
Quando imunizados, os menores tendem a adoecer menos e com isso, os pais ou cuidadores se ausentam menos tempo dos seus trabalhos, diminuindo os impactos na renda familiar. As crianças também faltam menos na escola e conseguem aprender mais.