Pesquisa da ONU aponta que 84,5% dos brasileiros têm algum tipo de preconceito contra a mulher
Integridade física, que envolve decidão de ter filhos, é o pior indicador
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado nesta segunda-feira (12), mostra que, no Brasil, 84,5% das pessoas têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres.
Diante dos números, a Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que o sexismo no país é "potencialmente prejudicial" e chega até a legitimar atos de violências física e psicológica.
No estudo, foram analisadas quatro vertentes, em que meninas e mulheres enfrentam desvantagens: integridade física, educacional, política e econômica.
O pior indicador é o da integridade física, em que são avaliados a violência íntima e o direito à decisão de querer ou não ter filhos. 75,56% dos homens têm esse preconceito no Brasil, e 75,79% das mulheres também têm.
Na política, 39,91% das pessoas revelaram ter preconceito de gênero e acreditam que mulheres não são tão boas políticas como os homens ao desempenharem a função.
No quesito econômico, para 31% dos brasileiros os homens teriam mais direito ao trabalho do que as mulheres ou homens fazem melhores negócios do que as mulheres.
A educação tem o menor índice de preconceito: 9,59% dos entrevistados acreditam que a universidade é mais importante para o homem do que para a mulher.
A pesquisa do PNUD foi feita em 80 países e abrange mais de 85% da população mundial. Segundo o levantamento, em um nível global, quase 90% da população tem algum tipo de preconceito contra as mulheres.