Pesquisa do Google revela que Brasileiro nunca pesquisou tanto sobre racismo em 2020
Casos ao redor do mundo impulsionaram buscas sobre tema

Foto: Reprodução/Sinposba
Os casos recentes de violência contra negros no Brasil e no mundo fizeram os brasileiros correrem para a internet em busca de informação. O que criou um movimento inédito no país: nunca se pesquisou tanto sobre racismo quanto em 2020. As conclusões são do Google, maior ferramenta de busca da internet brasileira, que sinalizou que agosto foi o mês de interesse recorde pelo tema no Brasil desde 2006.
De acordo com a empresa de análise de dados de eletrônicos StatCounter, o Google é usado em 96% das buscas realizadas no país. A ferramenta de busca da empresa mede o grau de interesse por termos em uma escala de 0 a 100. Em média, o termo "racismo" atingia 23 pontos, mas no oitavo mês deste ano chegou aos 100 pontos.
Para Nicea Quintino Amauro, presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as) e doutora em Ciências pela USP (Universidade de São Paulo), muita gente tem se interessado por racismo devido ao impacto do isolamento social, causado pela pandemia do coronavírus.
"As pessoas passaram a sentir a necessidade de estar perto do outro e começaram a perceber o valor da vida e a refletir sobre como a discriminação racial diminui a expectativa de vida dos negros". Casos como o do George Floyd, homem negro morto por um policial branco durante uma abordagem em Minneapolis (EUA) em maio deste ano, geraram grande comoção. Tanto é que termos relacionados a este assassinato foram os que tiveram maior alta nas buscas na internet em todo o mundo.