Pesquisa indica crescimento de violência contra pessoas trans no Brasil

Comparado ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 39%

Por Da Redação
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Pesquisa indica crescimento de violência contra pessoas trans no Brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

No primeiro semestre de 2020, 89 pessoas transgênero foram mortas no Brasil, quantidade superior a 39% do que foi registrado no mesmo período de 2019, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). De acordo com a entidade, os números demonstram de que forma a omissão de autoridades governamentais contribuem para que estejam no centro de um contexto amplo de vulnerabilidade, incluindo agora feitos da pandemia do novo coronavírus.

"Os dados não refletem exatamente a realidade da violência transfóbica em nosso país, uma vez que nossa metodologia de trabalho possui limitações de capturar apenas aquilo que de alguma maneira se torna visível. É provável que os números reais sejam bem superiores. Mesmo com essas limitações, os dados já demonstram que o Brasil vem passando por um processo de recrudescimento em relação à forma com que trata travestis, mulheres transexuais, homens trans, pessoas transmasculines e demais pessoas trans. O que reforça a importância do nosso trabalho de monitoramento, incidência política e denúncias a órgãos internacionais", descreveu a Antra, que ainda acrescentou que, na tentativa de suprir uma lacuna deixada pelo Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal determinou, em junho 2019, tratar os casos de transfobia baseado na Lei nº 7.716/1989, onde são triplificados os crimes de preconceito contra raça e cor.

Ainda de acordo dados levantados pela entidade, aproximadamente 60% da população trans não conseguir acessar o auxílio emergencial concedido pelo governo federal ou benefício parecido. Com isso, torna-se uma situação preocupante, levando em consideração que 29,3% das participantes do TransAção afirmaram sobreviver com uma renda média de até R$ 200; 39,7% com um valor entre R$ 200 e R$ 500; 27,6% com até um salário mínimo (R$1.045) e 3,4% com renda entre R$ 1.045 e r$ 3.135. Nenhuma delas declarou o recebimento superior de três salários mínimos. Ou seja, mesmo quando é proprietário de uma fonte de recursos, a quantia é, majoritariamente baixa, o que leva a parte delas buscarem ajuda de familiares que, em algumas ocasiões, as subjugam a agressões dentro da própria casa.

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