Coronavírus

Pesquisa mostra como a mortalidade cresceu na 2ª onda de Covid-19 no Brasil

País supera 550 mil mortos

Por Da Redação
Ás

Pesquisa mostra como a mortalidade cresceu na 2ª onda de Covid-19 no Brasil

Foto: Reprodução / G1

Pesquisadores publicaram um artigo na revista The Lancet, no dia 14 de julho, com base nos dados do SIVEP-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), entre semanas de março de 2020 a maio de 2021. A pesquisa mostra como a mortalidade cresceu na 2ª onda de Covid-19 no Brasil. 

Hospitalização em alta

Houve 1,2 milhão de internações de pacientes com covid entre 16 de fevereiro de 2020 e 24 de maios de 2021

Mais mortes

A taxa de mortalidade hospitalar saltou de 33,1 na primeira onda para 40,6% na segunda. Entre os que foram intubados, esse percentual foi de 78,8% para 84%.

Recorde de internados

Comparando o pico de internações ao mesmo tempo, a segunda onda teve uma alta de 192%. Na primeira, foram 13.985 na semana entre 26/4 e 2/5 de 2020. Esse número alcançou 40.797 na semana entre 7 e 13/3 de 2021.

“Na segunda onda, observamos um aumento sem precedentes no número de admissões, tanto geral quanto aquelas mais graves. Nesse momento, a mortalidade dos pacientes aumentou em todas as idades e em doentes mais e menos graves. O colapso do sistema deve ser em parte responsável por esse aumento”, diz Otavio Ranzani, epidemiologista.

Mais casos e internações

Comparado à primeira onda, houve um aumento médio de internações de 59%, saltando de 14.220 para 22.703 pacientes semanais.

Em média, idade diminuiu

A idade dos pacientes diminuiu de 63 para 59 anos, em média. Houve, inclusive, aumente relativo de 18% na proporção de pacientes com menos de 60 anos.

Oxigênio necessário

Pacientes com hipoxemia (baixo nível de oxigênio no sangue) aumentaram 72%, ampliando em 74% a necessidade de ventilação não invasiva e em 53% das intubações.

“Doentes com covi-19 hospitalizados são graves e precisam de local adequado para receber tratamento junto a uma equipe multiprofissional treinada. Na segunda onda, houve uma sincronização em todo o país das admissões, o que deve ter prejudicado mais a capacidade de o sistema de saúde reagir”, afirmou o epidemiologista.

Variante com mais gravidade?

A pesquisa, porém, não estabeleceu uma relação causal entre variantes, em especial a Gamma (P.1, originária no Amazonas), e aumento de casos graves ou da patogenicidade do vírus. Em abril e maio, a Gamma era responsável por 9 em casa 10 casos no país.

“Esses achados indicam a necessidade de ação urgente para conter a transmissão, expandir a cobertura de vacinação e melhorar o atendimento crítico para a covid-19, fornecendo acesso aos serviços de saúde e disseminando as melhores evidências disponíveis”, diz o artigo. 
 

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