Pesquisa projeta aumento alarmante da obesidade infantojuvenil no Brasil até 2044
Prevalência da doença pode atingir 24% entre crianças de 5 a 9 anos
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Um estudo apresentado no Congresso Internacional sobre Obesidade deste ano revela projeções preocupantes para a obesidade infantojuvenil no Brasil até 2044. Pesquisadores do Instituto Desiderata e do Programa Palin da Fiocruz Brasília indicam que, mantidas as tendências atuais, a prevalência de obesidade pode atingir 24% entre crianças de 5 a 9 anos, 15% entre aquelas de 10 a 14 anos e 12% entre adolescentes de 15 a 19 anos.
A pesquisa, baseada em modelagem estatística, utilizou dados de grupos de estudo brasileiros de 1985 a 2019 para estimar como o Índice de Massa Corporal (IMC) pode evoluir nas próximas duas décadas. Os resultados preveem um aumento significativo na obesidade em todas as faixas etárias e gêneros, caso não sejam implementadas medidas preventivas eficazes.
Os pesquisadores alertam para os impactos graves da obesidade na saúde pública, destacando que crianças e adolescentes com excesso de peso são mais propensos a desenvolver diabetes tipo 2, asma, hipertensão e outros distúrbios metabólicos. Eles enfatizam a urgência de políticas públicas no Sistema Único de Saúde (SUS) que promovam ambientes alimentares saudáveis e medidas regulatórias para conter essa tendência alarmante.
"A pesquisa demonstra a necessidade crítica de ações imediatas para prevenir e tratar a obesidade infantojuvenil no Brasil. Além das iniciativas no SUS, políticas fiscais e regulatórias devem ser implementadas para garantir um ambiente alimentar mais saudável, especialmente para nossas crianças e adolescentes", afirmam os autores do estudo.