Pesquisa revela novos aspectos sobre a geologia do planeta e explica formação do buraco gravitacional

Diferente do que os professores explicam no ensino fundamental que a forma da Terra é de uma esfera achatada nos polos, a Terra é muito semelhante a uma batata: não é uma esfera homogênea, mas sim um geoide com muitas irregularidades. As informações são do BBC News Mundo.

No planeta existem partes onde o valor padrão da gravidade varia e essa variação é chamada de anomalia. As anomalias podem ser positivas, quando o valor da gravidade é maior que o padrão, ou negativas, quando é menor. 

E é a partir disso que entra o conceito de "buraco gravitacional". Segundo a doutora em Geologia pela Universidade de Oviedo, Gabriela Fernández, esta região tem "uma anomalia gravitacional enorme, a mais importante da Terra", disse à BBC News Mundo.

Especialista no assunto, ela alerta que esse "buraco" não é uma área onde as coisas afundam, nem os objetos caem mais rápido. Nem tampouco é um buraco visível. Mas, estudos recentes mostram com precisão como essa anomalia pode ter ocorrido. 

O buraco é uma depressão circular que fica 105 metros abaixo do nível médio do mar e com uma área de mais de 3 milhões de quilômetros quadrados. 

"Os modelos disponíveis até agora explicavam a falta de massa no Oceano Índico com base no fato de que havia uma série de placas oceânicas que foram subduzidas ao se chocarem", diz Fernández.

Quando a placa indiana se separou do supercontinente Gondwana para colidir com a placa eurasiana, a placa Tétis afundou. 

"Os únicos dados que temos do interior da Terra são os referentes à sismologia", diz. Mas, precisamente nisso os modelos anteriores falharam. "Eles diziam que essa anomalia gravitacional se devia apenas às lajes e não explicavam outras coisas, como velocidades sísmicas da região", acrescenta a doutora.