Pesquisa sugere potencial da anandamida, similar à maconha, como tratamento para lúpus cutâneo
Estudo identifica possível eficácia do composto em reduzir lesões na pele
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Pesquisadores da Universidade George Washington realizaram um estudo que aponta para o potencial terapêutico da anandamida, um composto semelhante aos encontrados na maconha, no tratamento do lúpus eritematoso cutâneo, uma condição autoimune que causa lesões dolorosas e desfigurantes na pele.
Publicado na revista Experimental Dermatology, o estudo explorou o potencial terapêutico da anandamida, um endocanabinóide que atua em receptores semelhantes aos ativados pelo THC e CBD, os componentes ativos mais reconhecidos da cannabis.
A anandamida, um endocanabinóide produzido pelo corpo humano, tem sido associada à regulação de sistemas do organismo, incluindo o sistema imunológico. Com essa perspectiva, os pesquisadores investigaram sua eficácia potencial no tratamento e prevenção do lúpus cutâneo.
Enquanto o lúpus sistêmico afeta o organismo como um todo, o lúpus cutâneo se concentra especificamente na pele. Estudos anteriores indicaram que a desregulação do sistema endocanabióide humano pode ser uma das causas do lúpus sistêmico.
Para avaliar os efeitos da anandamida, os pesquisadores buscaram métodos de administração por meio de nanopartículas de liberação lenta. Utilizando ratos geneticamente modificados para desenvolver a doença, eles observaram resultados promissores na prevenção dos sintomas da doença.
Ao testar o composto em animais que já apresentavam os sinais da condição, os ratos foram separados em grupos: um recebeu tratamento com nanopartículas contendo anandamida, enquanto o outro grupo recebeu o composto sem a entrega nanoparticular. Após dez semanas, os pesquisadores observaram uma redução significativa no tamanho e gravidade das lesões no primeiro grupo tratado.
Adam Friedman, um dos autores do estudo, destacou: “Se estudos futuros confirmarem esses resultados, o tratamento com anandamida poderá representar uma terapia promissora para pessoas que sofrem de lúpus cutâneo”.