Pesquisadores apontam que vírus Epstein-Barr pode ser causador da esclerose múltipla
Descoberta também está associada a alguns tipos de câncer
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, aponta que a esclerose múltipla, doença degenerativa para a qual não há cura, provavelmente está associada a uma infecção prévia pelo VEB (vírus Epstein-Barr). Segundo o estudo, publicado no último dia 13 na revista Science, o vírus é o causador da mononucleose infecciosa, mas também está associado a alguns tipos de câncer, como o linfoma de Hodgkin.
Após a mononucleose infecciosa, o Epstein-Barr, também conhecido como herpesvírus humano 4, pode "estabelecer uma infecção latente e vitalícia no hospedeiro". "Este é o primeiro estudo que fornece evidências convincentes de causalidade", disse em comunicado o professor de epidemiologia e nutrição Alberto Ascherio, da Escola de Saúde Pública T.H. Chan, da Universidade Harvard.
O grande desafio do estudo foi estabelecer uma relação causal entre o vírus e a esclerose múltipla. Para determinar a conexão, os cientistas analisaram mais de 10 milhões de jovens adultos na ativa nas Forças Armadas dos EUA. Eles coletaram amostras de soro dos militares a cada dois anos. Após uma análise, eles identificaram que 955 deles foram diagnosticados com esclerose múltipla durante o período de serviço.
Como o acompanhamento foi periódico, eles conseguiram verificar desde o início quais já tinham tido contato com o EBV e os que tiveram contato ao longo do estudo. Entre os que foram infectados pelo vírus Epstein-Barr no primeiro ano de serviço, o risco de esclerose múltipla aumentou em 32 vezes.