Pesquisadores brasileiros revelam mecanismo ligado à piora da Covid-19 nos pulmões
Cientistas identificaram uma "tempestade" de enzimas no pulmão

Foto: Wolfgang Rattay / Agência Brasil
Cientistas brasileiros, do consórcio ImunoCovid, descobriram um mecanismo ligado agravamento a COVID-19 nos pulmões. O estudo, publicado na revista científica Biomolecules, mostrou que pacientes com quadros clínicos graves da infecção apresentaram uma atividade de aumento na produção de enzimas associadas ao processo de inflamação do órgão.
Esta foi a primeira vez que pesquisadores identificaram a atividade enzimática aumentada. Essa espécie de "tempestade" de enzimas contribui no processo de inflamação exacerbada do pulmão e acaba alterando as funções do órgão. Normalmente, as metaloproteinases (grupo de enzimas que participam do processo de degradação de proteínas) são importantes na cicatrização e no remodelamento do tecido, mas, com a produção excessiva, é como se elas atuassem para lesionar o pulmão.
Outros estudos já haviam comprovado que a resposta hiperinflamatória à Covid-19 é caracterizada pela “tempestade” de citocinas, levando à síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Agora, o grupo de cientistas desvendou um mecanismo de desregulação das metaloproteinases, que pode estar associado à formação de fibrose no órgão, podendo deixar sequelas nos pacientes.