Pesquisadores de São Paulo produzem testes rápidos para detectar novo coronavírus
Meta é buscar metodologia de baixo custo
Foto: Reprodução/ G1
Os pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no estado de São Paulo, estão desenvolvendo um dispositivo que vai identificar Covid-19 em pacientes infectados em ambientes contaminados e nas redes de esgoto através de um sensor eletroquímico que poderá verificar a presença do vírus na saliva da vítima, de pelo menos três sequências do genoma do vírus.
De acordo com o líder do projeto, Ronaldo Censi Faria, o objetivo é desenvolver uma metodologia simples e de baixo custo para o diagnóstico do novo coronavírus. A plataforma de testes descartável fará uso de materiais de fácil acesso e equipamentos simples e também permitirá a análise de diferentes amostras simultaneamente.
“A detecção se dá por eletroquimiluminescência, ou seja, a partir da reação eletroquímica entre o sensor e o RNA do vírus ocorre a emissão de luz. Com isso, se o sensor detectar pelo menos uma das sequências de RNA, um ponto de luz irá surgir, indicando que o paciente está infectado", afirmou.
O sensor surgiu em um dispositivo de baixo custo patenteado, já que, em 2017, a equipe de Faria desenvolveu um dispositivo semelhante para a detecção de biomarcadores da doença de Alzheimer.
A metodologia usada nos testes da covid-19 é uma adaptação de vários dispositivos que estão sendo desenvolvidos nos laboratórios para identificar a ocorrência de outras doenças, como câncer, leishmaniose, hanseníase e zika, além do Alzheimer. Todavia, não há previsão para que o dispositivo seja comercializado.