Petrobras precisa cortar o valor da gasolina em 14% para compensar volta de impostos federais
A partir da próxima quinta-feira (01), o imposto estadual cobrado será de R$1,22 por litro de gasolina ou etanol anidro
Foto: Marcelo Brandt/G1
A entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras na próxima semana irá coincidir com uma mudança no valor do ICMS sobre combustíveis e com o fim da desoneração de tributos federais.
Assim, o consumidor poderá lidar com uma gangorra nos preços. De acordo com os cálculos de Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Rena, a Petrobras precisará reduzir o valor do litro da gasolina em 14% até julho em busca de evitar que a alta de impostos pressione o preço final nas bombas.
Atualmente, as alíquotas do ICMS são definidas por cada estado e variam de 17% a 20%, de acordo com números do Comitê dos Secretários de Fazenda dos Estados e do DF (Consefaz). A partir da próxima quinta-feira (01), o imposto estadual cobrado será de R$1,22 por litro de gasolina ou etanol anidro em todo o território nacional. Na prática, o imposto vai subir, visto que o valor médio do ICMS está em R$ 1,08 por litro, considerando o preço atual da gasolina e as alíquotas dos estados.
A redução de 12,6% da gasolina nas refinarias, anunciada pela Petrobras e que passou a valer no dia 17 de maio, pode mais do que compensar o custo do imposto estadual a partir de junho no preço de revenda do combustível ao consumidor. Entretanto não dará fim à gangorra dos preços: se a tendência é de leve redução em junho, a perspectiva é de aumento no mês seguinte, o que vai em direção contrária à estratégia do Palácio do Planalto de controlar a inflação e agradar à classe média.