Petrobras reforça política de preços dois dias após governo anunciar pacote de subsídio para combustíveis
Só em 2022 estatal já ajustou o diesel em 47% nas refinarias; acúmulo de alta da gasolina é de quase 25%
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Petrobras emitiu um comunicado oficial defendendo sua política de preços alinhada com o mercado internacional na quarta-feira (8), dois dias após o governo federal anunciar um pacote para tentar reduzir o preço dos combustíveis.
Na análise da estatal, a adoção do modelo é necessária para "a garantia do abastecimento doméstico". A política de preços da Petrobras vem sendo bastante criticada ao longo dos últimos anos. desde janeiro de 2022, a empresa já aumentou em 47% o preço do diesel nas refinarias.
A gasolina acumula aumento de quase 25% no mesmo período, o que fez com que os preços dos combustíveis nos postos atingissem a máxima histórica, com estabelecimentos vendendo o litro da gasolina ao preço de R$ 7,99 de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em algumas regiões, contudo, já há registros do litro do combustível chegando na casa dos R$ 10.
No comunidade, co citar leis que garantem ao Brasil o regime de liberdade de preços em todos os segmentos do mercado de combustíveis e derivados de petróleo, a Petrobras disse que “cabe a cada agente econômico estabelecer suas margens de comercialização e seus preços de venda, em um cenário de livre concorrência”.
Lembrou ainda que hoje não atua no segmento de distribuição e revenda, já que se desfez de suas atividades na BR Distribuidora (Vibra). “Preços alinhados ao valor de mercado estimulam a produção e a concorrência no presente, assim como fomentam os investimentos que contribuirão para a expansão do volume produzido”, disse a companhia.
A estatal afirmou ainda que “preços abaixo do mercado inviabilizam economicamente as importações necessárias para complemento da oferta nacional”. Citou que “exemplos recentes de desalinhamento aos preços de mercado já se traduzem em problemas de abastecimento em países vizinhos ao Brasil”.