PF diz que não há provas em trecho da delação de Palocci que envolve Lula e BTG
Agora, o MPF irá analisar o relatório final da PF
Foto: Reprodução/G1
De acordo com a Polícia Federal (PF) de São Paulo, não há provas em trecho da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci em que ele citou o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o Banco BTG Pactual S/A. O relatório final da PF foi divulgado pela revista eletrônica Consultor Jurídico no último domingo (16), e a RPC também teve acesso ao documento, assinado em 11 de agosto.
No documento, o delegado federal Marcelo Feres Daher concluiu que os fatos delatados por Palocci foram desmentidos por todas as testemunhas, declarantes e por outros colaboradores da Justiça. Ainda de acordo com o delegado, os colaboradores que desmentiram o ex-ministro "aparentemente não teriam prejuízo algum em confirmarem a narrativa de Palocci caso entendessem ser verdadeira".
"Ademais, observa-se que as afirmações feitas por Palocci parecem todas terem sido encontradas em pesquisas na internet, porquanto baseadas em dados públicos, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais", diz um trecho do relatório.
No trecho da delegação de Palocci, que foi fechada em 2018 e tem 34 anexos, que a PF não acreditou ele diz que o banqueiro André Esteves movimentou no BTG, em nome de terceiros, valores recebidos por Lula em crimes de corrupção e caixa 2. Em troca, Palocci teria recebido informações privilegiadas do governo sobre a mudança da taxa Selic, que permitiu que ele tivesse lucro. Além de usar o recurso para fazer doações para a campanha do PT em 2014.
Palocci foi condenado a 18 anos de prisão na Lava Jato. Porém, ele teve acordo de delação e a pena foi reduzida para nove anos de cadeia. O ex-ministro ficou preso por mais de dois anos, em Curitiba. Porém, cumpre prisão domiciliar desde 2018.
Agora, o Ministério Público Federal (MPF) irá analisar o relatório final da PF e pode decidir entre:
-Pedir o arquivamento
-Novas diligências
-Oferecer denúncia à Justiça