PF indicia Allan dos Santos por injúria, desobediência e incitação ao crime
Em relatório enviado ao STF, a PF afirma ter reunido um conjunto robusto de indícios de autoria e materialidade de crimes

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A Polícia Federal (PF) encaminhou um relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) indiciando o bolsonarista Allan dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime. O influenciador já teve prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em outra ação, e está foragido desde 2021.
No relatório, a PF afirma que Allan dos Santos "valendo-se da internet e da criação de múltiplos perfis, teria sistematicamente desrespeitado decisões do Supremo Tribunal Federal, cometido crimes contra a honra de uma jornalista e incitado a desordem, o que contribui para a animosidade entre os Poderes da República e a polarização política".
Os investigadores relatam ter conseguido reunir dados de publicações do jornalista que "demonstraram a natureza pejorativa e conspiratória dos conteúdos". "A investigação criminal aponta com grande certeza para o indiciamento de Allan Lopes dos Santos pelos crimes de difamação, injúria, desobediência e incitação ao crime", diz o documento.
Para a PF, as publicações de Allan buscam incitar, publicamente, a prática de crimes por terceiros. "Os relatórios de análise demonstram que as postagens de Allan dos Santos defendem teorias da conspiração, questionam o sistema eleitoral e atacam figuras e instituições", afirma.
Os agentes afirmam ter reunido um conjunto robusto de indícios de autoria e materialidade de crimes, com base em mensagens falsas e ofensivas, manipulação de conteúdo, criação sistemática de novos perfis para driblar ordens judiciais e publicações de incitação.
Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar se deve apresentar uma denúncia.
A investigação teve início depois que uma jornalista informou ao STF que Allan havia feito publicações em redes sociais com diálogos falsos atribuídos a ela.
Nas mensagens manipuladas, a jornalista supostamente confessaria a existência de um plano do ministro Alexandre de Moraes para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Allan dos Santos é considerado foragido e teve a prisão decretada pelo Supremo em 2021, acusado dos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e incitação ao crime.
LEIA TAMBÉM:
Allan dos Santos comemora cidadania americana
Notificação do Rumble a Moraes é enviada ao STJ para intimação de ministro em processo nos EUA