PF pede quebra de sigilo de Jair e Michelle Bolsonaro em investigação que apura esquema de desvio de joias
Além das quebras de sigilos, a PF fez busca e apreensão contra figuras próximas da família Bolsonaro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o ex-presidente, Jair Bolsonaro, foram alvos de um pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal da Polícia Federal (PF), na investigação que apura um esquema que teria desviado para o patrimônio privado de Jair Bolsonaro (PL) joias e outros itens de valor expressivo recebidos por ele na condição de presidente da República.
Além das quebras de sigilos, a PF fez busca e apreensão, na última sexta-feira (11), contra o tenente-coronel Mauro Cid e seu pai, o general Lourena Cid, além de outras figuras próximas da família Bolsonaro.
A PF menciona a existência de uma estrutura criminosa ligada a Bolsonaro. Conforme autorização concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), há evidências de que o esquema se originou por ordem do antigo ocupante da Presidência.
A operação incluiu deslocações urgentes de apoiadores aos Estados Unidos para recomprar presentes que, previamente oferecidos ao então presidente por autoridades árabes, foram vendidos a joalherias. Alguns desses itens foram transportados no avião oficial para serem comercializados no exterior, durante a saída de Bolsonaro do país em 30 de dezembro de 2022. As averiguações sugerem que as transações poderiam ter gerado cerca de R$ 1 milhão.
Em comunicado à imprensa, a defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária".
Segundo a defesa, as joias e presentes foram entregues voluntariamente, em março deste ano, junto a uma petição entregue ao Tribunal de Contas da União (TCU). "Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU – ainda em meados de março, p.p. –, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito".