PF prende duas pessoas suspeitas de traficar afegãos em SP
Crime de aliciamento era realizado por meio de ofertas de viagens aos EUA
Foto: Arquivo/ Agência Brasil
Conforme a operação para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de pessoas realizada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (23). As principais vítimas são famílias afegãs que se abrigavam no Aeroporto Internacional de Guarulhos, terminal que concentra muitas pessoas em acampamentos improvisados, por ser o único ponto de entrada no Brasil.
No decorrer da operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. Consoante a PF, os criminosos atraíam as vítimas com falsas promessas de viagens aos Estados Unidos.
As investigações seguem em andamento. O objetivo é descobrir se outras pessoas participavam dos crimes. O tráfico de pessoas está bastante ligado ao tráfico de órgãos, ao trabalho escravo contemporâneo, à exploração sexual e à adoção ilegal.
Uma das crises mais recentes ocorreu em 2021, quando o grupo fundamentalista Talibã retomou o poder, gerando uma onda de violência e deslocamentos forçados. De acordo a agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais de 11 mil refugiados do Afeganistão chegaram ao Brasil de janeiro de 2022 a julho de 2024.
O relatório ainda afirma que o governo federal e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) documentam que, entre 2021 e 2023, o Ligue 180 e o Disque 100 receberam 537 denúncias de tráfico de pessoas. A maioria era de mulheres adultas (59%) e meninas (18%).
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, lançou o IV Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, vigente até 2028. Com a nova proposta, a edição anterior, que cobria o período de 2018 a 2022, e se estruturava em seis eixos temáticos e 58 metas.
No ano de 2016, foi sancionada a Lei nº 13.344/2016, conhecida como a Lei de Tráfico de Pessoas, que estabelece as penas para quem praticar. Ficou determinada uma penalidade de reclusão, que pode variar de quatro a oito anos, e multa.