PF utilizou "comboio fake" para despistar imprensa na prisão de Anderson Torres
Viaturas da Polícia Federal saíram em alta velocidade da Superintendência até a Papuda, em Brasília
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Um “comboio fake” da Polícia Federal (PF) saiu, no última sábado (14), em disparada da Superintendência para despistar a imprensa, durante a prisão do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. As viaturas foram para a Papuda e muitos jornalistas seguiram, mas o ex-secretário de Segurança Pública não estava sendo transportado.
Torres, que estava nos Estados Unidos quando soube do pedido de prisão, retornou ao Brasil neste sábado, em um voo vindo de Miami. O avião pousou em Brasília, no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, por volta das 7h15, quando ele foi imediatamente detido.
De acordo com os advogados, Torres se entregou à Polícia Federal. As forças de segurança montaram um esquema especial para receber o ex-secretário. Ao desembarcar da aeronave, ele foi recebido por um delegado da PF, encaminhado ao hangar da corporação no Aeroporto de Brasília e deslocado à Superintendência.
Cinco viaturas da Polícia Federal saíram em disparada, seguidas por veículos de imprensa. A rota terminou no Complexo Penitenciário da Papuda, onde um outro grande esquema de segurança estava montado, com mais carros e agentes, em uma movimentação anormal para o dia a dia da penitenciária.
Alguns jornalistas chegaram a acreditar que Anderson Torres estava, então, na Papuda, mas ele não tinha sido deslocado naqueles veículos. Poucos minutos depois do comboio falso, o ex-secretário foi levado para o 4º Batalhão de Polícia Militar, no Guará.
Investigação
Autoridades suspeitam que Anderson Torres tenha facilitado a ação dos extremistas que depredaram os prédios públicos. Ele foi nomeado secretário de Segurança do DF em 1º de janeiro e, entre outras medidas, desmontou as equipes que monitoravam os grupos golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília ao assumir o cargo, depois de deixar o governo de Jair Bolsonaro (PL).