PGR aponta uso de passagem falsa por Anderson Torres para justificar ausência em 8 de janeiro
Segundo o órgão, o bilhete falsificado visava eximir responsabilidade pelos ataques em Brasília

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O então Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Gustavo Torres, utilizou um bilhete de passagem falso para justificar sua ausência no dia 8 de janeiro de 2023, data em que os Três Poderes foram alvos de invasão em Brasília. A conclusão consta no documento de alegações finais apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal na segunda-feira (14).
Segundo o órgão, o documento não corresponde aos registros da companhia aérea Gol e a falsificação revela uma tentativa de se ausentar e se eximir da responsabilidade pelos atos criminosos.
O localizador “MYIDST”, indicado por Torres, não condiz com seus dados, e não há voos registrados no trecho Brasília/Orlando, voo G3-9460, em seu nome.
A defesa de Torres justificou que a viagem aos Estados Unidos foi programada desde julho de 2022 e que a passagem foi comprada em novembro do mesmo ano. Ele tomou posse no cargo em 2 de janeiro de 2023, trabalhou até o dia 6 e alegou que estaria de férias a partir do dia 9.
Contudo, segundo a PGR, Torres já estava ignorando os alertas sobre a possibilidade de manifestações violentas. O efetivo policial empregado no dia foi considerado insuficiente. Parte dos comandantes de batalhões estavam de férias e a atuação das forças de segurança demorou quase duas horas para ser reforçada.
A PGR concluiu que Torres tinha histórico de omissões que beneficiaram o avanço dos atos criminosos em Brasília.