PGR solicita oitiva de deputado sobre comentários discriminatórios contra africanos
Deputado Gustavo Gayer é alvo de pedido de investigação por falas ofensivas
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma oitiva com o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) em relação a declarações consideradas discriminatórias contra africanos. Em junho, o parlamentar afirmou que falta "capacidade cognitiva" aos africanos para compreender e viver em um regime democrático.
No podcast onde fez tais comentários, Gayer também concordou com a comparação do povo africano com macacos, afirmando que o QI na África é de 72, enquanto macacos podem ter um QI de 90. As declarações geraram repúdio e levaram deputadas federais a apresentarem representações pedindo investigações por racismo.
A vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, considera fundamental ouvir o deputado para avaliar a possibilidade de abrir um inquérito contra ele. Além das declarações sobre africanos, Gayer também proferiu comentários ofensivos contra o feminismo, qualificando-o como um "câncer" que prejudicou a sociedade.
Recentemente, o deputado divulgou um vídeo contendo informações falsas sobre doações enviadas ao Rio Grande do Sul após um ciclone. No vídeo, alegava-se que as doações estavam retidas para esperar a chegada do ex-presidente Lula, o que se mostrou inverídico. A bancada do PT na Câmara solicitou ao STF uma investigação contra o deputado por disseminar desinformação.