Plano da Unesco para proteger jornalistas completa 10 anos em 2022
Apesar de progresso, o monitoramento da agência registrou 455 assassinatos de jornalistas entre 2016 e 2021
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O Plano de Ação da Unesco, agência da Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre a Segurança dos Jornalista e a Questão da Impunidade completa 10 anos em 2022. O documento afirma que “sem liberdade de expressão, e particularmente a liberdade de imprensa, é impossível uma cidadania informada, ativa e engajada”.
A agência afirmou, no entanto, que apesar de grande progresso realizado, trabalhadores da mídia continuam sendo mortos, detidos, atacados e intimidados. O monitoramento da Unesco registrou 455 assassinatos de jornalistas entre 2016 e 2021.
De acordo com a agência, esse trabalho é mais importante do que nunca e lembrou que um estudo de 2021 aponta que 86% dos casos entre 2006 e 2020 permanecem sem solução.
O 10º aniversário do Plano de Ação da ONU será comemorado em Viena, Áustria, em novembro de 2022. O evento também deve ter consultas regionais com o objetivo de fortalecer coalizões e implementação de ações diante de ameaças aos jornalistas e à liberdade de expressão.
A Unesco produziu, durante esses anos, vários projetos e iniciativas globais dentro do programa de doadores sobre liberdade de expressão e segurança de jornalistas para apoiar os Estados Membros a fornecer um ambiente mais seguro para os profissionais.
Entre os exemplos está o de mulheres palestinas jornalistas, que receberam treinamento para garantir sua segurança física e psicológica. A campanha #IzharMeraHaq, ou ‘expressar meu direito’, no Paquistão engajou milhares de pessoas nas mídias sociais para exercer seus direitos à liberdade de expressão e compreensão do acesso à informação.
A Unesco ainda destaca que a questão de gênero por observar dados alarmantes: de acordo com um artigo de pesquisa da Unesco e do Centro Internacional para Jornalistas, 73% das mulheres jornalistas sofreram violência online.
Entre elas, uma em cada quatro afirmou que as agressões incluíam ameaças de violência física, incluindo violência sexual, e mais de um em cada dez também recebeu ameaças contra pessoas próximas a eles.
A maioria afirmou ter sofrido ataques de pessoas anônimas ou de atores políticos. Cerca de 11% fizeram uma denúncia à polícia e 8% tomaram medidas legais.