Planos de saúde têm prejuízo operacional de R$ 1,7 bilhão no 1° trimestre
Aplicações, no entanto, garantiram lucro líquido de R$ 620,6 milhões
Foto: Agência Brasil
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informou na quinta-feira (22), em nota, que o setor de planos de saúde registrou um prejuízo operacional de R$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento em relação à perda de R$ 1 bilhão no mesmo período de 2022. Esse resultado reflete a discrepância entre a receita gerada pelas empresas do setor e as mensalidades pagas pelos beneficiários ou empresas contratantes, além dos gastos assistenciais e operacionais dos planos.
Apesar do prejuízo, o setor de assistência médico-hospitalar privada apresentou um resultado final positivo no período, com um lucro líquido de R$ 620,6 milhões. No entanto, é importante observar que esse número é inferior aos R$ 1 bilhão registrados no ano passado.
"Em termos relativos, esse resultado equivale a aproximadamente 1,45% da receita efetiva de operações de saúde - principal negócio do setor - que foi de R$ 66,8 bilhões no primeiro trimestre de 2023. Ou seja, para cada R$ 100 de receita efetiva de saúde no período, o setor teve no período cerca de R$ 1,45 de lucro ou sobra", diz nota da ANS.
Sinistralidade
Segundo a ANS, o resultado operacional negativo das operadoras médico-hospitalares resulta da alta sinistralidade. Mais de 87% das receitas advindas das mensalidades estão sendo consumidas com as despesas assistenciais. O restante não tem sido suficiente para fazer frente às demais despesas, que envolvem gastos administrativos e de comercialização, entre outros.
A dinâmica das contas do setor nos últimos anos foi influenciada pelos efeitos da pandemia. Em 2020, com o baixo uso dos serviços dos planos de saúde em um contexto de isolamento social, houve um lucro líquido recorde de R$ 18,7 bilhões. Já em 2021, foram contabilizados R$ 3,8 bilhões. Em 2022, em meio ao enfraquecimento da pandemia, o resultado deixou a casa dos bilhões. Houve um lucro de R$ 2,5 milhões.