PM que jogou homem de ponte na zona sul de São Paulo consegue habeas corpus
A liberdade foi concedida porque a prisão preventiva foi considerada uma antecipação de pena

Foto: Reprodução
A Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus para o policial militar Luan Felipe Alves Pereira, 29, preso por jogar um homem de uma ponte na Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, no início de dezembro de 2024.
A liberdade foi concedida porque a prisão preventiva foi considerada uma antecipação de pena. O militar, então, responderá o processo em liberdade.
O PM cumpria prisão preventiva desde o dia 5 de dezembro do ano passado no Presídio Militar Romão Gomes, na Vila Albertina, na zona norte de São Paulo.
No entanto, segundo a Polícia Militar, o soldado permanece preso porque o habeas corpus ainda não foi apresentado.
"A Polícia Militar esclarece que o policial citado permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes. Assim que o habeas corpus aportar na unidade, a decisão judicial será cumprida e o PM colocado em liberdade. O mesmo permanecerá afastado do trabalho operacional", afirmou em nota.
O advogado do soldado foi procurado por ligações e mensagens, mas não respondeu até a publicação deste texto.
Na segunda-feira (7), a Polícia Civil indiciou o soldado sob suspeita de tentativa de homicídio. Pereira foi interrogado na mesma data, mas afirmou que só falará em juízo.
Em nota à reportagem, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado afirmou que o inquérito está em fase de conclusão e deverá ser remetido ao Judiciário, com o indiciamento do agente, nos próximos dias.
A pasta ainda destacou que outros 12 policiais envolvidos no caso seguem afastados das atividades operacionais.
"O Inquérito Policial Militar (IPM) já foi concluído e encaminhado à Justiça Militar, enquanto um procedimento disciplinar permanece em tramitação", informou a SSP.
Pereira, que tem oito anos de corporação, já respondeu a ao menos dois IPMs (Inquéritos Policias Militares), quando o policial sofre investigação interna sob a suspeita de cometimento de crime. Um dos casos ocorreu me 2019 e outro em 2020, conforme publicações oficiais, ambos quando estava em unidade da zona sul da capital.
Os agentes de segurança envolvidos na perseguição pertencem à Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 24º Batalhão de Polícia Militar, com sede em Diadema, na Grande São Paulo.
Conforme o registro policial, eles omitiram terem jogado o homem da ponte. Relataram que o local era de risco por ser reduto histórico de bailes funk, mas que não encontraram nada ilícito durante a abordagem.