Pobreza social bate recorde e atinge 64,6 milhões de brasileiros na pandemia
Ao todo, 11,7 milhões de pessoas entraram em situação de pobreza no país
Foto: Agência Brasil
Um estudo de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), feito com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a pobreza social no Brasil bateu recorde durante a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, atingindo 64,6 milhões de pessoas em 2021.
Entre 2020 e 2021, 11,7 milhões de brasileiros entraram em situação de pobreza social, elevando a 30,4% o percentual de pessoas nessa condição. De acordo com a pesquisa, os grupos mais atingidos pelo aumento da pobreza social foram os negros e moradores das regiões Norte e Nordeste.
Entre os brancos, a taxa de pobreza social era de 19,4% em 2021, enquanto o percentual entre os pretos, pardos e indígenas chegou a 38,9%. No Nordeste do país, a taxa de pessoas abaixo da linha da pobreza era de 36,4%. O Norte era a segunda região com maior concentração de pessoas nessa situação, com 33,9% da população. Em seguida, estavam Sudeste (29%), Centro-Oeste (28,4%) e a região Sul (24%).
O estudo também mostrou que o percentual de mulheres em situação de pobreza social foi superior ao de homens entre 2012 e 2021, com exceção de 2018, quando ficou 0,07 pontos percentuais abaixo.
Cálculo
Para o cálculo da linha de pobreza, os pesquisadores consideraram a renda domiciliar per capita, incluindo os rendimentos de trabalho formal ou informal, além de fontes como seguro-desemprego, aposentadorias e programas de transferência de renda. “Todos abaixo da linha de extrema pobreza (R$ 182 per capita, a preços de 2021) são automaticamente considerados em situação de pobreza social", explica o documento.