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Saúde

Pobreza triplica a possibilidade de sofrer transtornos mentais, aponta relatório da ONU

Mais de 970 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum transtorno

Por Da Redação
Ás

Pobreza triplica a possibilidade de sofrer transtornos mentais, aponta relatório da ONU

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Um relatório especial sobre Pobreza Extrema e Direitos Humanos das Nações Unidas apontou que a pobreza triplica a possibilidade de uma pessoa sofrer transtornos mentais. No documento "A economia do 'burnout': pobreza e saúde mental", apresentado na quinta-feira (24) perante a Assembleia Geral da ONU pelo relator especial, o belga Olivier De Schutter, ressalta que os "transtornos mentais gerados pela pobreza constituem um obstáculo para sair dela". As informações são da Agência AFP. 

"As pessoas com rendas mais baixas têm até três vezes mais probabilidades de sofrer de depressão, ansiedade e outras doenças mentais comuns do que aquelas com rendas mais altas", alerta.

Segundo o relatório, mais de 970 milhões de pessoas em todo o mundo, o que equivale a 11% da população mundial, sofrem algum tipo de transtorno mental. Desses, 280 milhões com depressão e 301 milhões com ansiedade. Ainda conforme o documento, 700 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. 

Com mais de um trilhão de perdas anuais para as economias, "as consequências do aumento dos problemas de saúde mental são colossais tanto para os indivíduos como para a sociedade como um todo", alerta o relator.

Mais do que no debate sobre "como aumentar o orçamento" para problemas de saúde mental, De Schutter aconselha focar nos "fatores que estão na base desta epidemia de depressão, ansiedade e esgotamento". Em particular, a "precarização do trabalho" e a mudança climática, disse à AFP.

"Foi demonstrado que o trabalho precário agrava ainda mais a saúde mental, devido à insegurança, à falta de poder de negociação, aos salários injustos e aos horários de trabalho extremamente imprevisíveis, que impossibilitam o equilíbrio saudável entre a vida profissional e a pessoal", afirma.

O relator também fez um apelo aos governos, para que estabelecessem "proteções legais" que garantam um "trabalho e um salário digno" e "reforcem a proteção social, proporcionando uma renda básica incondicional, desestigmatizem os transtornos de saúde mental e facilitem o acesso a espaços verdes que permitam a reconexão com a natureza".

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