Polícia apura denúncia de ação do Instituto Chico Mendes que destruiu terreiro na Bahia
O ICMBio afirmou que o terreiro apontado como destruído era um imóvel que do lado de fora que não parecia ser diferente dos outros imóveis
Foto: Reprodução/TV Bahia
Moradores do Sítio Curupati denunciam que servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) destruíram, no último domingo (21), dez casas e um terreiro de Jarê, em Lençóis, na Chapada Diamantina.
A população prestou queixa na delegacia da cidade. O Jarê é uma prática religiosa de matriz africana que existe exclusivamente na região da Chapada Diamantina. O responsável pelo terreiro é o líder religioso Gilberto Tito de Araújo, conhecido como Damaré.
A delegacia de Lençóis abriu uma investigação para apurar o caso. Já a prefeitura da cidade pediu uma reunião com o responsável pelo parque e garantiu que o município não foi notificado da ação.
Segundo Damaré, o terreiro tinha sido construído em uma roça que pertencia ao pai dele e que a terra está sob posse da família há mais de 45 anos, portanto antes da criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina.
A gestão do Parque Nacional da Chapada Diamantina disse que as ações de fiscalização tiveram o objetivo de coibir irregularidades ambientais dentro da unidade de conservação. O órgão disse ainda que foram apreendidos três caminhões, armas de caça e fechadas duas serrarias envolvidas com extração de madeira dentro do Parque Nacional.
O ICMBio afirmou que sabia da existência de dois terreiros ali na região e que o que foi apontado como destruído era um imóvel recentemente construído e sem ocupantes, que do lado de fora não parecia ser diferente dos outros imóveis.
O instituto disse ainda reconhecer os direitos das comunidades tradicionais residentes no Parque Nacional e que se houver a intenção de construção de novas residências ou imóveis com finalidades religiosas, elas podem ser autorizadas como já aconteceu em outras ocasiões.