Polícia Civil investiga motivo de miliciano morto ir tanto à Bahia
Adriano da Nóbrega foi assassinado no último domingo (9)
Foto: SSP- BA/Divulgação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga o motivo que levou o miliciano Adriano da Nóbrega, assassinado no último domingo (9), a frequentar com tanta regularidade a cidade de Esplanada, na Bahia. A principal suspeita é que ele estava tentando implantar um núcleo criminoso na região.
Contudo, conforme o avanço da investigação, as autoridades suspeitam de que ele foi executado em uma operação policial com o objetivo de queima de arquivo, levou boa parte dos segredos sobre a organização de grupos formados por agentes da lei que passaram para o lado do crime.
Segundo a Polícia Civil, além de frequentar eventos de vaquejada, Adriano pretendia comprar terras na região. A ideia seria criar uma célula criminosa no local, mas a polícia também acredita que ele estava envolvido em lavagem de dinheiro.
O miliciano chegou a manifestar a intenção de comprar uma fazenda para construir um haras, pois participava de leilões para compra de cavalos. Nas últimas semanas, pouco antes da morte, segundo informações de pessoas próximas, ele estava inquieto e mudou o local onde passava os dias. O advogado Paulo Emílio Catta Preta, que defendia o miliciano, chegou a dizer que seu cliente temia ser alvo de queima de arquivo, e por isso não se entregava às autoridades.
Fotos e exames publicados pela revista Veja apontam que o ex-policial militar tinha um corte na testa, que parece ter sido feito por faca, e uma marca de pressão no abdômen, supostamente causada por arma de fogo de cano longo disparada próxima do corpo de Adriano. A Secretaria de Segurança da Bahia refutou as acusações de queima de arquivo e disse que o criminoso reagiu a tiros ao ver as viaturas da polícia. Algumas armas foram apreendidas com Adriano, que resistiu à chegada da polícia. O ex-PM vinha sendo protegido por um comparsa, que foi preso, mas liberado depois.
O miliciano teria ligações com o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e chegou a ser homenageado pelo então deputado estadual em 2003, quando ele fazia parte da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O próprio parlamentar pediu que o corpo não fosse cremado, a fim de evitar que desapareçam elementos que podem elucidar as razões da morte.