Polícia conclui que menino encontrado morto após três anos desaparecido se perdeu na mata e descarta crime
Ossada de Davi Lima foi encontrada por vaqueiros em novembro de 2024 em uma região de difícil acesso

Foto: Arquivo Pessoal
A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de Davi Lima da Silva, 12, que ficou desaparecido durante três anos e nove meses, na zona rural de Itiúba, no norte da Bahia. Segundo a polícia, Davi teria se perdido na mata e morrido por causas naturais ou acidentais.
Davi desapareceu em 2021, no povoado de Varzinha, e a ossada foi encontrada por vaqueiros em novembro de 2024, no povoado de Picos, em um local de difícil acesso. A identidade foi confirmada em janeiro deste ano.
A Polícia Civil aponta que não há indícios de crimes no caso, sem nenhuma evidência de sequestro, violência ou ação dolosa de terceiros. A ossada não apresentava marcas de violência.
Região de mata em Varzinha. Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Segundo a Polícia Civil, o inquérito, divulgado nesta terça-feira (18), foi concluído na última quinta (13), a partir de análise de depoimentos, laudos e diligências. O procedimento foi encaminhado ao Poder Judiciário na sexta-feira (14), para avaliação e manifestação do Ministério Público.
A DT de Itiúba, a 19ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Senhor do Bonfim, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP) e o Departamento de Polícia do Interior (Depin) participaram da investigação.
Relembre o caso
Davi era morador de Salvador e foi visto pela última vez em março de 2021, quando passava férias na casa da avó. Inicialmente, o desaparecimento era investigado na delegacia de Itiúba. No entanto, após pedidos dos pais do garoto, devido troca de delegados, o caso foi transferido para a capital baiana.
No dia do desaparecimento, a mãe do garoto, Lilia Lima, deixou o filho com uma irmã durante cerca de duas horas. Ao retornar, Davi já havia sumido. As buscas foram iniciadas pelos pais, vizinhos e familiares em uma área de mata, mas nada foi encontrado.
No dia 7 de março de 2024, três anos depois, a Polícia Civil e o Departamento de Polícia Técnica realizaram uma reconstituição do dia do desaparecimento da criança. A ação contou com a participação de 36 policiais, entre peritos, delegados, investigadores e escrivães. No entanto, os resultados não foram divulgados.
Reprodução simulada feita pela polícia. Foto: Divulgação/Polícia Civil da Bahia
Segundo a mãe da criança, durante as buscas, os investigadores chegaram a dizer que Davi poderia ter sido sequestrado entre a casa da irmã e da mãe dela, cuja distância é de menos de 300 metros. A tia do garoto, responsável por ele no dia, afirma que ele foi para a casa da avó, mas nunca chegou.
A Polícia Civil afirmou que após a notícia do desaparecimento foi instaurado o inquérito e realizadas diligências em campo, oitivas e colheitas de provas. Buscas por todo o perímetro da mata e em diversos pontos do estado foram realizadas pelas forças policiais cães farejadores, helicópteros, drones e outros recursos tecnológicos.
Mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo telefônico e de dados também foram realizados pela corporação.