Polícia Federal investiga se houve ação criminosa em incêndios de SP
A informação foi repassada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Polícia Federal abriu dois inquéritos neste domingo (25) para investigar suspeita de ação criminosa nos incêndios que afetam o estado de São Paulo.
A informação foi repassada pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Segundo a ministra, o fato de os incêndios em São Paulo se intensificarem em dois dias é um sinal de ação humana.
"Nós mobilizamos nossas 15 delegacias [da Polícia Federal] no interior de São Paulo, nossa superintendência regional, para que a gente possa identificar as queimadas que ocorrem naquele estado. As conclusões finais só poderão ser trazidas ao público com a finalização dos inquéritos policiais", disse Andrei.
As declarações foram dadas após visita do presidente Lula (PT) à sede do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), em Brasília. O presidente foi ao local para acompanhar a situação das queimadas em São Paulo na sala do Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), a principal estrutura do instituto para o combate a incêndios.
Ele foi acompanhado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, pela primeira-dama Janja e pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Lula decidiu visitar a sede do Ibama após o estado de São Paulo registrar 21 focos ativos de incêndios neste domingo. O governo de Tarcísio Freitas (Republicanos) emitiu alerta de queimadas em 46 municípios.
A fumaça dos incêndios em São Paulo percorreu estados do Sudeste e do Centro-Oeste nas primeiras horas deste domingo. O céu de Brasília amanheceu encoberto.
Segundo o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, a fumaça que tomou a capital federal é resultado dos incêndios em São Paulo. Houve alteração de quase 180º no vento, que empurrou os efeitos da queimada para o Centro-Oeste.
Goiânia (GO) e Uberlândia (MG) também registraram fumaça no ar em decorrência das queimadas.
Os incêndios deixaram caos em cidades paulistas, com fuligem e muita fumaça no ar. São Paulo teve neste ano, até 23 de agosto, 4.973 focos. É o maior número registrado desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais) iniciou o monitoramento dos focos por satélite. As chamas também são registrados no Triângulo Mineiro, onde fábrica teve de ser evacuada
As Forças Armadas atuam no combate às queimadas. A Força Aérea disponibilizou a aeronave KC-390, já equipada para emprego contra queimadas, para apoio em Ribeirão Preto (SP). Dois helicópteros da Marinha e dois do Exército também foram enviados para o estado.
Integrantes do governo acreditam que a maioria dos focos de incêndio em São Paulo foi iniciada por ação criminosa e organizada. A desconfiança surgiu após se identificar que parte das queimadas começou em horário próximo.
As polícias militares de São Paulo já prenderam duas pessoas suspeitas de atearem fogo em Batatais (SP) e São José do Rio Preto (SP).
O primeiro caso é de um homem de 41 anos flagrado colocando fogo em mata seca no bairro de Araras, em Batatais.
O segundo caso é de um idoso de 76 anos suspeito de atear fogo em lixo. Outros suspeitos de iniciar focos de incêndio são investigados em municípios de São Paulo.