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Policiais contam detalhes sobre a abordagem a fugitivos de Mossoró

De acordo com os agentes, os criminosos quase atropelaram uma mulher, uma criança e bateram nos carros

Por Da Redação
Ás

Policiais contam detalhes sobre a abordagem a fugitivos de Mossoró

Foto: Reprodução

A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar os dois fugitivos de Mossoró e os seus quatro comparsas pelos crimes de tentativa de homicídio, organização criminosa, porte ilegal de arma e evasão mediante violência. As suspeitas se baseiam nos relatos de 5 agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal que fizeram a abordagem dos seis suspeitos na BR-222, na altura de Marabá (PA). 

De acordo com os policiais, um comboio de três carros suspeitos foi abordado no início da travessia da ponte de 2 km que atravessa o Rio Tocantins, parte dos agentes estava à paisana com veículos descaracterizados. 

Um dos carros dos bandidos, no entanto, furou o bloqueio, avançou para cima dos agentes e tentou fugir pela ponte. No banco do passageiro, Rogério Mendonça, um dos foragidos de Mossoró, passou a apontar um fuzil 5.56 para quem aparecia em sua frente, inclusive aos policiais, com o intuito de abrir caminho.

"Os agentes verbalizaram com os ocupantes a fim de pararem o veículo, porém eles continuaram empreendendo fuga, ainda mais agressiva, quase atropelando uma mulher e uma criança em uma moto (provavelmente essa moto iria parar debaixo de um caminhão) com o objetivo de cessar a fuga, conseguiu abalroar a traseira do veículo Compass, fazendo com que esse perdesse o controle", diz a trancrição do relato dos policiais.

A fuga só foi interrompida depois que a PF bateu na traseira do carro dos criminosos e um dos agentes da PF efetuou disparos em direção a eles.

Fugitivos de Mossoró estavam armados e foram presos em um comboio de três carros

"Que nesse instante, o passageiro do Compass (Rogério), colocou seu fuzil para fora, projetando seu corpo a fim de atirar na sua direção, instante em que o motorista da VTR (viatura) 01 atirou em direção ao Compass; que ato contínuo, minha equipe abordou os integrantes do Compass (motorista e passageiro), tomando a arma de Rogério; que não houve reação dos criminosos nesse instantes", acrescentou o policial federal que participou da operação.

Enquanto tentava atravessar a ponte, os bandidos chegaram ainda a bater em outro carro que "provavelmente poderia cair da ponte devido ao impacto", conforme o depoimento

A defesa de Mendonça nega esses relatos. Segundo a advogada Flavia Fróes, a arma estava dentro do carro e ele não a apontou aos policias. "Ele diz que, se tivesse apontado ]a arma], não estaria preso", afirmou Fróes. A defensora ainda afirmou que, durante a abordagem, um policial pisou na cabeça de de Mendonça contra o asfalto, o que provocou um ferimento no nariz e na boca dele. O machucado foi detectado no exame de corpo delito.

Conforme o inquérito da PF, o outro fugitivo de Mossoró, Deibson Nascimento, carregava cartuchos de fuzil no carro em que foi flagrado.

A dupla foi enviada de volta ao presídio de segurança máxima de Mossoró na madrugada da última sexta-feira. Em 14 de fevereiro, eles haviam escapado do local na primeira fuga registrada na história do sistema prisional federal.

A PF agora avança na investigação de que o Comando Vermelho, facção à qual a dupla era filiada, arregimentou uma rede de apoio para tentar retirá-los do Brasil. Dois dos quatro presos no comboio já tinham passagens na polícia por tráfico de drogas.

A pena atribuída aos crimes investigados no inquérito aberto sobre a reação suspeitos somam mais de 35 anos de prisão.    

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