Política

Políticos baianos: façam o que eu digo, mas não o que eu faço

A incoerência marca ações politicas na pandemia da Covid 19

Por Da Redação
Ás

Políticos baianos: façam o que eu digo, mas não o que eu faço

Foto: Reprodução

A cada dia os políticos brasileiros parecem estar se superando na incoerência diante de regras, as vezes absurdas, propostas por eles mesmos à população de forma geral por causa da pandemia da Covid-19.

Se já não bastasse o "desaparecimento" do vírus durante todas as aglomerações,  carreatas e comícios feitos durante a campanha eleitoral, a falta de bom senso de alguns mostra que o povo brasileiro precisa cada vez ser mais cuidadoso na escolha de quem vai cuidar dos interesses dele.

O caso do governador de São Paulo, João Dória, que impôs restrições severas ao Estado e, logo em seguida, viajou para Miami onde foi, inclusive, fotografado sem máscara, só faz com que as pessoas desacreditem cada vez mais da seriedade política ou se convençam de que os políticos estejam realmente preocupados com elas.

Na Bahia, as incoerências se acumulam e, por mais que os políticos locais tenham a capacidade de fingir que não fizeram nada errado, fica claro que a desobediência a regras influencia muito na resposta da população aos cuidados com a pandemia.

Um dos exemplos que foi muito divulgado, foi o caso do Secretário de Saúde do Estado, Fabio Villas Boas. Depois de meses falando sistematicamente sobre cuidados que a população deveria ter com o uso da máscara e justificando fervorosamente as restrições impostas pelo governador Rui Costa e pelo prefeito ACM Neto, Villas Boas reclamou de ser massacrado por aparecer rosado e sorridente em uma selfie, sem máscara e em outras fotos onde todos os outros participantes do evento onde ele se encontrava, estavam aglomerados. Segundo o secretário, era uma comemoração com amigos, mas ele "não aglomerou".

E o que dizer do prefeito ACM Neto? Este caso, não sabemos porque, só foi divulgado pelo Farol da Bahia, com vídeo, para que não houvesse dúvidas da seriedade da matéria. ACM Neto fechou as praias, retirou crianças da única diversão que muitos pais pobres podem oferecer por ser gratuita, deixou pessoas que moram em locais apertados, sem outra possibilidade de lazer, impossibilitas de aproveitar as belezas naturais de Salvador e foi filmado em um restaurante lotado, cheio de pessoas confraternizando e se abraçando, com funcionários sem máscara e clientes sem nenhum distanciamento social. E a SEDUR nem esteve lá para fiscalizar e fechar o estabelecimento, como tem feito sistematicamente com outros que, segundo a própria SEDUR alega, não cumprem as regras impostas por Neto. Ficou a pergunta se as regras para o local onde o prefeito estava, seriam diferentes dos demais de toda a cidade.

O mais novo integrante da incoerência baiana é o senador Ângelo Coronel.

Rápido em criar um projeto de lei onde diz que quem não tomar a vacina ou não vacinar os filhos deve ser punido com até 8 anos de cadeia, Ângelo Coronel foi enfático em afirmar que ele não vai tomar a vacina.

Segundo o senador,  falando sem nenhum embasamento médico ou pesquisa que aponte que a Covid 19 não reinfecta quem já teve e esquecendo que, casos assim, já foram relatados em diversos lugares no mundo e até no Brasil, Coronel alegou que não vai tomar a vacina porque já foi contaminado e que, por já ter anticorpos no organismo, pode acabar sendo prejudicado pela vacina por causar "excesso" de proteção. 

O senador virou piada e foi alçado ao posto de maior motivador da não vacinação pelos grupos que não acreditam na eficácia de vacinas feitas em tempo recorde e sem testes suficientes para saber reações a longo prazo.

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