Portugal antecipa eleições legislativas e extrema direita tem chance de fazer parte do novo governo
Eleições foram convocadas depois da renúncia do ex-premiê António Costa por um erro de uma investigação do Ministério Público, em novembro de 2023
Foto: Marieta Cazarré/Agência Brasil
Neste domingo (10), cerca de 10,8 milhões de eleitores de Portugal voltam às urnas nas eleições legislativas, em meio à possibilidade de que a extrema direita passe a fazer parte pela primeira vez de um novo governo no país.
Há apenas um ano, Portugal tinha um dos governos mais sólidos e estáveis da Europa, formado por maioria absoluta, uma raridade nos sistemas parlamentaristas do continente. Os anos de crise financeira profunda e da chamada "geringonça", o pacto inédito entre socialistas, comunistas e esquerda radical em 2015, haviam ficado para trás.
Bastaram alguns meses, no entanto, para a instabilidade voltar a tomar conta do país: em novembro, o primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista, renunciou, após o Ministério Público anunciar que ele era investigado em um caso de corrupção. Só que, semana depois, o próprio MP reconheceu que havia errado; o acusado não era o primeiro-ministro, mas sim um homônimo. A renúncia fez Portugal antecipar as eleições, que só aconteceriam em 2026.