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Poucos profissionais monitoravam minas em Maceió, afirma depoente à CPI da Braskem

Segundo ex-servidor do Serviço Geológico do Brasil (SGB), a quantidade de profissionais monitorando as minas não era suficiente para a demanda do trabalho

Por Da Redação
Ás

Poucos profissionais monitoravam minas em Maceió, afirma depoente à CPI da Braskem

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A  Braskem tinha equipe reduzida e não fez os monitoramentos necessários nas minas de extração de sal-gema para garantir a segurança do solo de Maceió. A informação foi dada, nesta quarta-feira (6), pelo ex-servidor do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Thales Sampaio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a responsabilização de envolvidos nos afundamentos nos bairros alagoanos. 

Na avaliação Sampaio, que coordenou os estudos da SGB que concluíram pela responsabilização da Braskem, os responsáveis pela monitoração das minas não estavam em quantidade suficiente para a demanda do trabalho.

“A equipe era muito pequena, tinha muito trabalho a fazer. Não quero chamar a equipe de desqualificada, não acho que seja, digo que não tinham as condições que precisavam ter para tocar a explotação de sal. Poderiam ter percebido? Sim, acho que qualquer geólogo experiente teria percebido que as coisas não estavam andando corretamente,” afirmou. 

Para o relator da CPI, Rogério Carvalho (PT-CE), a Braskem tinha recursos para fiscalizar as cavidades e evitar os colapsos das minas que provocam danos sérios desde 2018 na região.

“É uma das maiores petroquímicas do mundo, é óbvio que todos os recursos necessários estavam à disposição dessa empresa. Pode representar um ato de negligência (...) Não é possível que quem trabalhasse ali não soubesse as condições da mina, porque nós estamos falando de um problema que tem registros e sinais de afundamento desde 2004,” declarou. 

Segundo Thales, a Braskem argumentou, nas primeiras reuniões com a SGB em 2018, que acima das minas havia uma camada rochosa firme no subsolo que evitaria afundamento. Mas, segundo ele, o conglomerado de rochas possui “matriz arenosa”, que pode se desfazer com o atrito e a torna frágil.

Em 2019, o Serviço Geológico do Brasil (SGB), concluiu um estudo técnico que apontou a Braskem como a responsável pelos danos que ocorrem desde 2018. Thales afirmou que todas as hipóteses de rebaixamento natural do solo foram descartadas nos trabalhos, que contou com 52 pesquisadores da estatal. Segundo ele, a equipe provou que questões naturais como aquíferos, camadas de calcário ou "fragilidades geotécnicas" na região não foram as causas dos danos.
 

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