Preço da carne segue em alta no Brasil, mesmo com tarifaço imposto pelos EUA

O tarifaço que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs aos produtos brasileiros de exportação não provocou o efeito negativo esperado. Diferente do previsto, há oferta de carnes e com preços altos. 

No ranking de exportações de carne brasileira, os EUA caíram do segundo lugar para a sexta posição. Entre janeiro e agosto deste anos, a China elevou suas compras em 41% e o México, em mais de 250%. 

O coordenador de Pecuária do Cepea, Thiago Bernadino, explicou que a carne brasileira é muito competitiva no mercado internacional. Por esse motivo, o Brasil é líder das exportações do alimento. "Temos os menores custos de produção do mundo. Então, isso acaba atraindo muitos competidores em termos de compra dessa carne e, obviamente, colocando o Brasil nesse cenário aí de líder mundial das exportações”, explicou em entrevista do Jornal Nacional, da TV Globo.

A alta dos preços internos também é explicada pela estiagem típica dessa época do ano, quando o boi não encontra muito pasto, logo leva mais tempo para engordar. 

"A carne acaba sendo, para muitas famílias brasileiras, um objeto de desejo. Então, qualquer adicional de renda que você tenha, a primeira forma de você resolver esse problema é aumentar a quantidade de proteína. Esse quadro não deve se alterar até o final do ano. O que a gente enxerga é um cenário que segue pressionado do ponto de vista de preços e, para o consumidor brasileiro, uma carne um pouco mais cara do que a gente viu em outros anos”, explica André Diz, professor de economia do Ibmec-SP.