Economia

Preço dos combustíveis tem expectativas para aumento de até 10% em 2021

Segundo especialistas, sucesso da vacinação contra a Covid-19 será determinante para recuperar "tempo perdido"

Por Da Redação
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Preço dos combustíveis tem expectativas para aumento de até 10% em 2021

Foto: Reprodução/Portal Contábeis

O consumidor já pode considerar um reforço no caixa para os custos com combustíveis na organização dos gastos para 2021, que têm tudo para serem reajustados, de acordo com economistas ouvidos pelo Estadão, Há estimativas de alta de até 10% no preço na bomba. “Vai ter aumento com certeza, por conta de uma dinâmica econômica diferente”, afirma Joelson Sampaio, coordenador do curso de economia da FGV EESP.   

Como a pandemia de coronavírus reduziu o deslocamento dos brasileiros, houve uma redução da demanda e, consequentemente, dos preços dos combustíveis fósseis. Como já é esperada uma retomada econômica mundial, haverá competição entre os países e os preços voltarão a subir. “Não se deve esperar que em 2021 os combustíveis tenham uma dinâmica como foi a de 2020”, diz Sampaio. 

Ainda que não espere uma grande alta nos preços, Celso Hildebrand, professor e coordenador de projetos da Fundação Instituto de Administração (FIA), estima que gasolina, diesel e etanol devem sofrer reajustes de 5% a 10%. “Não devem acontecer variações maiores que estas porque a demanda ficaria comprometida”, avalia Hildebrand.

No caso dos derivados de petróleo, como gasolina e diesel, o professor da FIA entende que não deve haver pressões do ponto de vista internacional sobre o preço da commodity, que “não tem espaço para reajustes significativos”. No caso do etanol, Hildebrand observa uma pressão dos preços alcançados pelo milho no mercado nacional e internacional, que podem gerar alguma correção. “

Apesar de não fazer uma projeção específica, Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, diz que um aumento de até 10% nos derivativos de petróleo não geraria surpresa. “Se o IPCA fechar em 3,5% de inflação, é possível esperar um reajuste de gasolina de pelo menos 3,5%”, diz Rocha. Para o professor, o sucesso na vacinação vai acelerar a corrida global para recuperar o “tempo perdido” na crise. Isso levará a um aumento de demanda por commodities, que em algum momento atingirá o consumidor final. “O fator mais relevante é o preço do barril do petróleo, isso é o que vai pesar mais. À medida que o preço sobe, aqui no Brasil a Petrobras vai ter que ajustar (o preço) na bomba”, explica. 

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