Preços dos alimentos devem continuar em alta no 1º trimestre de 2021
Chuvas fortes podem encarecer os produtos
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Com a pandemia, a economia sofreu diversos desafios e, em particular, dificultou a vida e o orçamento das famílias brasileiras, a exemplo do preço dos alimentos nos mercados e feiras livres. Contudo, segundo o economista do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, o problema vai se manter ainda pelo primeiro trimestre de 2021.
Em entrevista ao R7, os alimentos que chamam atenção no momento são o arroz, feijão, carne e o óleo, e que no primeiro trimestre ainda serão muito afetados pela influência de safra e do clima.
"O clima não ajuda muito na oferta desses alimentos. O sol forte, as chuvas também muito mais fortes no verão, diminuem muito a oferta de alimentos in natura e os preços disparam", comenta Braz.
Segundo o último Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em dezembro, referente ao mês de novembro, as carnes, tiveram alta de 6%. "O grupo de alimentos e bebidas continua impactando bastante o resultado. Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes, que em novembro tiveram uma alta de mais de 6%, a batata-inglesa, que subiu quase 30%, e o tomate, com alta de 18,45%”, explica Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Além dos alimentos citados por Kislanov, Braz também pontua as altas do arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%).
De acordo com eles, o encarecimento dos alimentos se dão no início do ano por conta das condições climáticas que impactam na produção e na oferta dos produtos. "Ele dura durante a estação mais quente do ano, mas isso só começa a sair do foco da inflação em março. Então logo no início do ano a gente vai ter os alimentos in natura mais caros", comenta.