Prefeitos eleitos terão desafio de administrar rombo de R$ 29 milhões
Déficit foi acumulado com a crise sanitária da Covid-19

Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Os prefeitos eleitos ontem (15) e os futuros gestores municipais que serão eleitos no segundo turno, no dia 29 de novembro, terão um desafio econômico para os próximos quatro anos: administrar um rombo de R$ 29,2 bilhões, provocado, em sua maioria, pela crise sanitária de Covid-19.
A análise é da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que realizou um levantamento nas contas de cidades acimas de 100 mil habitantes. O cálculo foi feito a partir da queda de receita e aumento de gastos ocasionados pela pandemia do novo coronavírus.
Em maio deste ano, a FNP estimava um rombo de pelo menos R$ 37 bilhões, mas levou em consideração as iniciativas do governo federal de socorro às cidades. Ainda segundo a análise da entidade, o setor da saúde é o que mais teve aumento (R$ 10,9 bilhões), e, em seguida, o setor de transportes, com déficit de R$ 4,8 bilhões, já que a população, em sua grande parte, cumpriu quarentena.
Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostrou que a situação fiscal das 1.856 cidades brasileiras não têm autonomia financeira, pois não arrecadam o suficiente para pagar os custos da estrutura administrativa das prefeituras e Câmaras Municipais, mesmo sem os gastos com pessoal.
Dos 5.568 municípios brasileiros, 100 descumpriram a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e não deram transparência às contas. O levantamento foi feito com dados repassados pelas própria prefeituras à Secretaria do Tesouro Nacional (STN).